O Caminho da Luz divulgou que estava prevista para hoje uma reunião com a Secretaria de Saúde. Isso para definir o convênio com a instituição. A pauta era um plano de trabalho apresentado pelo Caminho da Luz há mais de um mês, segundo informações divulgadas pela entidade. A conversa, contudo, não ocorreu. A informação é de que o Caminho da Luz oficiou a Secretaria de Saúde no começo de janeiro. Nesse documento, informou o prazo de 15 dias para um retorno da pasta. Do contrário, "existe a possibilidade de desligamento dos assistidos ligados ao convênio". 

O presidente do Caminho da Luz, José Artur Martins Maruri dos Santos, garantiu, ainda por meio da divulgação: "Já manifestamos nosso interesse e disposição de manter essa parceria. Mas, dessa forma, é inviável para a instituição custear os atendimentos sozinha. O assunto é conhecido pela secretaria e precisa ser conduzida de maneira mais eficiente para que todas as partes sejam contempladas a contento".

A reportagem do Bagé Agora procurou o secretário de Saúde, Ronaldo Hoesel, que garantiu que estranhou o posicionamento do Caminho da Luz. "Um posicionamento desconfortável para nós, totalmente desnecessário, tendo em vista que eu disse para ele (para o presidente) que renovaria o contrato deles. Antes, meses que estamos falando. Dessa reunião eu nem sabia", contextualizou.

Ele explicou que a representante da Saúde, que estaria em tal reunião, não pode ir até o Caminho da Luz por um problema pessoal. "O convênio se assina sempre em março, a partir de março. E eu sempre disse para ele (para o presidente do Caminho da Luz) que estava à disposição. Nunca deixei dúvida quanto a renovação do convênio com a Saúde, não falo da Prefeitura, eu falo da Saúde desde o início", pontuou.

"A única coisa que modificou foi que o Caminho da Luz dobrou o valor dos atendimentos", mencionou, ao explicar que, por exemplo, uma consulta que antes era R$ 20 passou a ser R$ 40. "É o posicionamento da entidade", ponderou. "O que eu pedi para as meninas da nossa Atenção à Saúde Mental é que tivessem uma reunião porque eu não posso estar comprando o serviço de médico neuropediatra, que tinha em outros convênios, porque eu tenho neuropediatra, hoje, atendendo em Bagé", elucidou. "Tanto em consultas presenciais como em tele-consultas", acrescentou. 

A orientação, assim, foi mudar o plano de trabalho para fazer outros atendimentos que não sejam do médico. "Mas está bem claro", enfatizou, ao reiterar estranheza diante da postura do Caminho da Luz. "Dizendo ou insinuando que a Saúde não renovará o convênio, inclusive mandando pais dos atendidos na secretaria, cobrando a secretaria. Estou desconfortável com esse posicionamento do Caminho da Luz. Esse é o meu posicionamento", sustentou. "Mas o convênio com eles  continua, não mudou nada do ano passado para cá. A única coisa que mudou é que o Caminho da Luz está cobrando o dobro do valor das consultas", reiterou.